
Sócrates, Platão e Aristóteles para Mentes Disruptivas
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Na filosofia socrática não havia, como finalidade castradora de subjetividades transcendentes, a reprodução de pensamentos já pensados. Não havia a reexplicação ou redundância, de maneira prolixa, e/ou sofisticamente hermética, daquilo que já estava explicado, pelos autores, em suas filosofias ou obras. A própria essência dialética do método socrático (ironia e maiêutica) não permitia isso. Para Sócrates estava claro que a filosofia, e não somente a sua, era ou deveria ser uma busca constante pelo saber.
Aristóteles, por exemplo, havia sido discípulo de Platão; e Platão também havia sido discípulo de Sócrates. Todavia, Aristóteles, divergente de seu mestre (Platão = idealismo), e também da filosofia de Sócrates em muitos aspectos, passou a comungar da ideia de que “do espanto diante da realidade” (empirismo) é que faz-se nascer a necessidade de buscar o saber (faz-se nascer o filósofo), e não do mundo das ideias. Logo, Aristóteles deu saltos filosóficos qualitativos em relação à Platão, mesmo ou exatamente por ter sido discípulo deste. E isso se deve ao fato de que Platão, enquanto discípulo de Sócrates, havia aprendido também com o seu mestre estratégias para poder fazer com que os diferentes homens que cruzassem o seu caminho, buscando interlocução, criassem pausas à reflexão, descessem dos seus pedestais de ditos sabedores ou de donos da verdade, e buscassem pensar, por si próprios, de formas disruptivas (ainda que além ou diferente dos seus mestres).
O fato é que Sócrates, com o seu método, criava condições para fazer despertar o filósofo em qualquer ser que ousasse dialogar de maneira profunda com ele. Com a sua filosofia, ele nunca se predispôs e/ou quis fazer a cabeça de ninguém. A ética socrática era provocativa, dialógico-dialética. Sócrates, embora talvez muitos desconheçam, nunca quis que os seus interlocutores pensassem como ele pensava. Queria que eles fossem capazes de questionar aquilo que eles próprios julgavam saber e/ou que tinham como status quo de dita verdade. Por esse motivo, exatamente por esse motivo, Platão, apesar de discípulo de Sócrates, não reproduziu o pensamento filosófico de Sócrates; e Aristóteles, também apesar de discípulo de Platão, não reproduziu o pensamento filosófico de Platão.
Details
- Publication Date
- Nov 9, 2020
- Language
- Portuguese
- ISBN
- 9781716439070
- Category
- Reference
- Copyright
- All Rights Reserved - Standard Copyright License
- Contributors
- By (author): Cleberson Eduardo Da Costa
Specifications
- Pages
- 105
- Binding
- Paperback
- Interior Color
- Black & White
- Dimensions
- A5 (5.83 x 8.27 in / 148 x 210 mm)